sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sobre o Concílio Ecumênico Vaticano II

Você sabe o que foi o Concílio Ecumênico Vaticano II?

Em 11 de Outubro de 1962, o então Papa João XXIII, declara oficialmente a Abertura Solene Do Concílio Ecumênico Vaticano II, com as seguintes palavras “uma irradiação de luz sobrenatural, uma grande suavidade nos olhos e no coração”, é assim que esse concílio foi e deve ser recebido por todos, no desejo de que cada vez mais a Santa Mãe Igreja possa se aproximar de seus filhos bem amados.
Contudo, a finalidade principal deste concílio é “que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz”, proporcionando a seus fiéis, corpo da Igreja, o ensino claro e distinto das verdades evangélicas, possibilitando a participação cada vez mais viva em meio aos Mistérios Sagrados. Essa iniciativa caminha de encontro com a realidade histórica e espiritual que envolvia a época em que o concílio foi convocado. A Igreja sentiu a urgente necessidade de abrir-se ao diálogo, possibilitando que todos os irmãos no episcopado, ou seja, representantes de todas as partes do mundo, pudessem manifestar suas sugestões e os clamores de seus povos.
Assim, a Santa Igreja demonstrou-se Mãe amorosa, num gesto carinhoso e cuidadoso de escuta de seus filhos, com o propósito de saber mais de perto quais eram seus anseios e necessidades mais urgentes. Diante dessas declarações, a Igreja propôs-se a revigorar alguns aspectos para que, de fato a salvação oriunda de Nosso Senhor Jesus Cristo pudesse ser cada vez mais compreendida, até pelos mais pequeninos de seus filhos.
Propostos para o revigoramento físico e espiritual, seus documentos e ensinos fomentaram grandes mudanças, ao promoverem, novamente, a união Àquele que é a nossa fonte salvífica, O Cristo. Sob esta luz irradiante, a Igreja teceu carinhosamente belíssimos ensinamentos e práticas, tão amorosos como o nosso Pai é para conosco.
Uma das grandes intervenções do Concílio Ecumênico Vaticano II foi, sem dúvida, a promoção da participação ativa do povo nas ações litúrgicas. Desta forma, o Mistério Pascal passou a ser celebrado em língua vernácula, ou seja, na língua respectiva de cada nação, tornando possível uma melhor compreensão do mistério celebrado e permitindo uma maior consciência da verdade salvífica que a Palavra nos transmite.
Assim, tais mudanças fizeram com que os fiéis se sentissem cada vez mais acolhidos como filhos e filhas muito amados do Pai, motivo pelo qual esse concílio continua produzindo frutos até os dias atuais, corroborando a belíssima intuição do saudoso Papa João XXIII, de "Abrir as janelas para que os ventos da História soprassem a poeira do Trono de Pedro". Em outras palavras, ele desejava que o novo pudesse ser ouvido e discutido, visando a melhoria para seus fiéis. Essa iniciativa permitiu que não somente os cristãos pudessem se manifestar, mas também que Igrejas de outras denominações, para que o homem moderno pudesse expressar seus anseios vividos em uma época de constantes mudanças.
Mesmo sabendo de sua idade e saúde fragilizada, o Papa João XXIII, entregou-se de corpo e espírito, no ensejo de que o Concílio acontecesse mesmo que ele não pudesse presenciar sua conclusão. Esse desejo de aproximar a Igreja do homem colocou-nos diante da verdadeira missão de nossa Igreja Católica Apostólica Romana, que é unir-nos em Cristo, nossa esperança e salvação, para o qual tudo converge, sem exclusões e distinções. Assim entrelaçados no mistério que nos faz filhos de um Pai, que entregou seu maior bem, Jesus Cristo, seu filho com a finalidade de nos salvar de nossos pecados, vencendo o mau e nos dando gratuitamente a graça da vida eterna.
Portanto, no desfecho deste breve comentário sobre o Concílio Ecumênico Vaticano II, que se encontra às vésperas de completar seu 50 ºaniversário de abertura (1962-2012) coloquemo-nos dispostos a adentrar nesta “Mistagogia”, a fim de sermos conduzidos ao mistério que o envolve, trilhando um caminho de verdade e vida que nos permita vivenciar por inteiro esta multiplicidade de bênçãos divinas que somos convidados a testemunhar, como partes integrantes deste corpo que é a Igreja tendo como sua cabeça Jesus Cristo.

Jorge Armando Pereira
Graduando em Filosofia pela Faculdade João Paulo II, Marília - SP.
E-mail: jorge.armando.p@hotmail.com \ (14) 9151-2477.