sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ilustração para a Capa do Informativo Paroquial
Consolador\ Novembro\ 2011
J. PEREIRA

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

       O Ícone

Texto desenvolvido por Jorge Armando Pereira

Desde os tempos mais antigos os ícones já vem sendo difundidos como fonte de veneração e devoção nas mais variadas localidades do mundo. Mas, a sua forma de ser confeccionado também parece ter carecido de características fundamentais, as quais os fizeram dignos de veneração. Aspectos estes, que os tornaram como relíquias em nosso meio.
Sem dúvida, podemos afirmar que, o contexto que os ícones estão inseridos nos provocam um processo de introspeção e profunda oração, ou seja, um diálogo intímo com o nosso Deus. A partir disso, é que podemos perceber que “O ìcone, não se atendo aos detalhes, é como a Palavra de Deus, só mostra o essencial. Por isso, renuncia-se à expressão naturalista do espaço”. (ANTUNES, 2010, p.60), expressão esta que é fruto de uma intensa espiritualidade que associada a técnica nos conduz por este viés espiritual, com a finalidade de nos estabelecer um estímulo de oração.
Assim, com esta temática espiritual, nós somos norteados à vivenciar diante de um ícone a experiência que o artista imprimiu por meio de suas características no trabalho realizado, nos possibilitando um experimentar desta maravilha divina a qual ele mesmo desfrutara por primeiro. Retratar um centelha da Beleza Divina, é como por deixar-se ser instrumento, para que o divino possa habitar entre nós, por meio da Arte Sacra, ou seja, Arte Sagrada. Desta forma, podemos inferir que “Ora, se a experiência do artista é a Beleza divina, o espectador experimentará esse mesmo deleite perante a obra, o ícone”. (ANTUNES, 2010, p.61), este deleite nos será aprazivel a partir do momento em que nós estivermos com os nossos horizontes abertos, a experienciar esta beleza infindável, que é o próprio Deus.
Experienciar este, que somos convidados a nos contagiar, por meio da Beleza, transmitida pelos Ícones, que nos permitem um processo de unificação da experiência com Deus. Com efeito, somos incitados “Há um ‘contágio’ do kalós (belo, bom e verdadeiro) que nos une na experiência com Deus” (ANTUNES, 2010, p.61), contudo, passamos diante destas obras sagradas a nos interligarmos com o transcendente que se faz também próximo  de nós por meio da Arte, que nos possibilita vivenciarmos a liberdade e a simplicidade que sempre deve nortear nossa espirtualidade cristã.

REFERÊNCIA

ANTUNES, O. A beleza como experiência de Deus. São Paulo: Paulus, 2010.

sábado, 15 de outubro de 2011



O trabalho com a arte sacra é algo transcendental, pois é através deste que podemos proporcionar ao público um contato com o transcendente “Por isso, o artista sacro, ou iconógrafo, tem de ser alguém que procura ter profunda experiência do transcendente. Assim, ele ‘escreve’ o que vivenciou através dos símbolos, transmitindo a outros sua experiência de transcendência” (ANTUNES, 2010, p. 13), este relatar a experiência fica impresso em sua obra que irá provocar as pessoas um sentimento de contemplação do divino.
A iconografia é um meio de traduzir através de símbolos aquilo que temos de divino, o bem maior de forma harmônica e acessível, aos olhos e toque de todos. È um aproximar o transcendente de todos por meio da arte, que suaviza todo o caos vivido internamente em todo ser humano. Todos estes aspectos são relevantes neste processo de evangelização, os quais incitam as pessoas a se apaixonarem pelo divino por meio da arte, de uma forma dinâmica e contemplativa. “Ela é um órgão constitutivo da vida humana, transmitindo a percepção racional das pessoas para o campo dos sentimentos. Ela faz parte daquilo que define o ser humano e o integra ao seu mundo e à transcendentalidade” (ANTUNES, 2010, p. 11-12). Através da arte somos convidados a vislumbrar a beleza do criador, pois somos tocados pelo sentimento que o artista vivenciou ao pintar aquela obra sacra, de forma que podemos viver naquele momento uma experiência real de algo que tanto buscamos uma vida inteira, uma experiência com Deus.
“Beleza é comunicação, pois só há beleza em relação de alguém para alguém. A iconografia é sacramento dessa comunicação misteriosa” (ANTUNES, 2010, p. 07). A iconografia nos interliga com o misterioso, o que está acima de todos nós, este conectar-se é algo que todos procuram por tantos meios, mas não percebem que a arte pode elevá-los de uma forma tão singela e prática, que na maioria das vezes nem nos damos conta. È na simplicidade da arte, na espontaneidade, e na liberdade de expressar as figuras que a arte alcança à todos de uma forma carinhosa e aconchegante.
 Como o próprio Deus, que é amor, suavidade e compaixão, um Deus tão simples que nos deixa tocá-lo por gestos tão singelos, como a arte. “A arte sacra é um lugar epifânico, da revelação da beleza do Criador. A experiência cristã da beleza passa por essa percepção de um olhar transfigurado e transfigurador da realidade” (ANTUNES, 2010, p. 05. Itálico do autor). É neste lugar epifânico que realizamos este contato quase que material com o nosso criador.

Texto desenvolvido por Jorge Armando Pereira

Referência

ANTUNES, O. A beleza com experiência de Deus, São Paulo, Paulus, 2010.