quinta-feira, 27 de outubro de 2011

       O Ícone

Texto desenvolvido por Jorge Armando Pereira

Desde os tempos mais antigos os ícones já vem sendo difundidos como fonte de veneração e devoção nas mais variadas localidades do mundo. Mas, a sua forma de ser confeccionado também parece ter carecido de características fundamentais, as quais os fizeram dignos de veneração. Aspectos estes, que os tornaram como relíquias em nosso meio.
Sem dúvida, podemos afirmar que, o contexto que os ícones estão inseridos nos provocam um processo de introspeção e profunda oração, ou seja, um diálogo intímo com o nosso Deus. A partir disso, é que podemos perceber que “O ìcone, não se atendo aos detalhes, é como a Palavra de Deus, só mostra o essencial. Por isso, renuncia-se à expressão naturalista do espaço”. (ANTUNES, 2010, p.60), expressão esta que é fruto de uma intensa espiritualidade que associada a técnica nos conduz por este viés espiritual, com a finalidade de nos estabelecer um estímulo de oração.
Assim, com esta temática espiritual, nós somos norteados à vivenciar diante de um ícone a experiência que o artista imprimiu por meio de suas características no trabalho realizado, nos possibilitando um experimentar desta maravilha divina a qual ele mesmo desfrutara por primeiro. Retratar um centelha da Beleza Divina, é como por deixar-se ser instrumento, para que o divino possa habitar entre nós, por meio da Arte Sacra, ou seja, Arte Sagrada. Desta forma, podemos inferir que “Ora, se a experiência do artista é a Beleza divina, o espectador experimentará esse mesmo deleite perante a obra, o ícone”. (ANTUNES, 2010, p.61), este deleite nos será aprazivel a partir do momento em que nós estivermos com os nossos horizontes abertos, a experienciar esta beleza infindável, que é o próprio Deus.
Experienciar este, que somos convidados a nos contagiar, por meio da Beleza, transmitida pelos Ícones, que nos permitem um processo de unificação da experiência com Deus. Com efeito, somos incitados “Há um ‘contágio’ do kalós (belo, bom e verdadeiro) que nos une na experiência com Deus” (ANTUNES, 2010, p.61), contudo, passamos diante destas obras sagradas a nos interligarmos com o transcendente que se faz também próximo  de nós por meio da Arte, que nos possibilita vivenciarmos a liberdade e a simplicidade que sempre deve nortear nossa espirtualidade cristã.

REFERÊNCIA

ANTUNES, O. A beleza como experiência de Deus. São Paulo: Paulus, 2010.

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